Ei pessoal!
Abrindo a semana dos 16 dias do ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, temos o dia da consciência negra, uma data importantíssima na nossa história.
A
história de discriminações e perseguições dos
negros e negras no Brasil é
centenária, mas apenas no ano de 2011 foi promulgada a Lei 12.519, que
instituiu o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, a
ser comemorado, anualmente, no dia 20 de novembro.
Zumbi dos Palmares |
A data é em referência ao falecimento do líder
negro “Zumbi dos Palmares” que foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares durante o
período colonial. Filho de escravos e nascido nesse quilombo, atual estado
de Alagoas, lutou para a libertação dos
negros até sua morte. Em 1695, com 40 anos, foi assassinado pelo capitão
Furtado de Mendonça e seus restos mortais foram expostos em praça pública.
A
violência contra as mulheres é uma violência perversamente democrática, atinge
a todas independentemente de classe social, idade, religião e cor, mas,
indubitavelmente, as mulheres negras encontram-se expostas a vulnerabilidades
sobrepostas.
Temos
visto no Espírito Santo uma redução de homicídios contra as mulheres brancas,
porém os dados referentes às mulheres negras mostram que em relação a elas
houve um aumento, ou seja, as políticas públicas não têm chegado à periferia,
onde uma boa parcela dessas mulheres se encontram.
Fonte: Grupo Viloles |
Somos
um país onde nossas crianças desde a tenra idade aprendem sobre a cultura de
outras países, sim essa semana, visitando uma amiga, seu neto com apenas 03
anos estava aprendendo sobre as cores da bandeira e culinária da Itália, mas,
pergunto, mas quando o assunto é cultura brasileira, pouco se ensina e se
aprende nas escolas nacionais.
A
Lei nº 10.639 promulgada no ano de 2003 em nosso país incluiu no currículo escolar
a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. Apesar de
Zumbi dos Palmares ter morrido há 322 anos, a data permanece como símbolo atual
de resistências.
Temos
visto e acompanhado com muita vergonha exemplos de preconceitos aos atores
brasileiros, um que muito me chocou foi o ataque racista no ano de 2016 à cantora Preta Gil.
Ainda nessa semana, ao se apresentar do TED e falar sobre como criar crianças doces em um país ácido, fazendo referência a questões raciais (confira a palestra aqui), a atriz foi acusada de "mimimi" e de vitimismo, além de outros comentários racistas.
A
lista de pessoas que são vítimas de crime de racismo é gigante composta por
famosos e pessoas desconhecidas, todas que diariamente convivem com seus
direitos humanos violados.
A mulher negra é a que mais sofre com a violência
obstétrica, pesquisas indicam que elas tomam menos anestesia que mulheres
brancas e que as consultas dessas últimas são sempre mais demoradas em relação
às primeiras. Tradicionalmente construiu-se a ideia que a mulher de pele negra
é mais resistente a dores.
No ranking salarial encontramos no ápice o homem branco,
seguido dos homens negros, depois mulheres brancas e por fim mulheres negras,
sendo que essas últimas lideram apenas os postos de empregos domésticos.
Em julho deste ano, escrevi uma matéria muito interessante
para o portal Gazeta Online, cujo o título foi "Mulheres negras: história
e (des)igualdades", que caso tenham interesse poderão acessá-la por meio
deste link.
O preconceito não dá trégua.
É preciso que tod@s se unam em uma finalidade única o
combate ao racismo.
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